quarta-feira, março 21, 2007

Jardins da Gulbenkian

Estou sentada nos jardins da Gulbenkian rodeada de sons. Desde o chilrear dos pássaros, ao som dos pequenos cursos de água, passando pela voz humana. Uma ambulância perturba a tranquilidade deste jardim verde e fresco, povoado por pequenos seres vivos que percorrem, atarefados, caminhos invisíveis ao meu olhar.
Um casal de namorados partilha o almoço, trocando olhares apaixonados e sorrisos comprometedores. O clima romântico é interrompido pelo passar de um grupo de crianças a jogar às escondidas e a correr, transpirando risos nervosos, com medo de serem descobertos. Param de repente para observar com entusiasmo e curiosidade um conjunto de pombos, cujas penas reluzem ao sol, que picam a relva em busca de migalhas de pão.
Um grupo de quatro indivíduos estrangeiros aproxima-se agora do espelho de água para observar os patos que nadam sobre o reflexo do céu azul. Tiram algumas fotografias à panóplia de árvores de formatos diversos que povoam este espaço verde e por fim debruçam-se sobre uma flor amarela. Decidem então tirar uma fotografia à volta desta elegante flor, que se encontra perdida no monocromatismo deste jardim pautado por tons verdes e castanhos, e que contrasta com as roupas desportivas dos desconhecidos que a observam.
A passagem de aviões e o seu som ensurdecedor destabiliza a concentração dos jovens que escolhem este solarengo jardim para uma tarde de estudo. São maioritariamente raparigas e vestem roupas semelhantes, provavelmente compradas na mesma loja de roupa. Neste jardim, onde nem o cenário é fixo porque à menor passagem de vento cai uma folha e a realidade altera-se, a passagem de pessoas é constante. Há quem estude, há quem leia, há quem brinque e há quem se limite a observar, como eu.

1 comentário:

Anónimo disse...

keru fugir pa 1 sitio assim!!!! vamos ines, por favorrrrr!!!!!!