sábado, novembro 24, 2007

Memória de uma paixão de verão

Aumento do ritmo cardíaco que provoca uma aceleração da circulação sanguínea, calafrios que percorrem e sobem a minha coluna vertebral, contracção das paredes do estômago que dá uma sensação de náusea. Alterações físicas influenciadas por alterações psíquicas. O amor controla os sentimentos e estes controlam e alteram o normal funcionamento do corpo humano. Calor mas ao mesmo tempo frio, entusiasmo e ao mesmo tempo nervosismo. Contradições. Antíteses, não literárias mas sim corporais ou naturais se preferirem. Mente sã em corpo são versus mente apaixonada em corpo repleto de entropias.
Reconforto com o sentimento de correspondência, regresso ao estado normal. Abrandamento do ritmo cardíaco, alteração da temperatura da minha coluna vertebral, distensão das paredes do estômago. Equilíbrio. Retorno ao considerado normal, homeostasia.
O corpo humano como um sistema repleto de órgãos, os quais são controlado pelo cérebro. Cérebro este que guarda em si os sentimentos, as sensações e as experiências.
Ciclo vicioso: sentimentos, cérebro, impulsos nervosos e consequente alteração física.

Quando eu não sou eu

Quando a falta de autoconfiança suplanta a beleza interior e a nossa verdadeira essência, damos por nós a criar personagens construídas não na base do que somos mas daquilo que gostaríamos de ser. Até que ponto é que a peça de teatro cujo encenador acumula o papel de actor não pode ter aspectos positivos? Enquanto vivemos na ilusão daquilo que não somos estamos a caminhar em direcção a um novo eu. Um eu confiante, um eu que aparenta felicidade, um eu pronto para enfrentar tudo e todos.

Metáfora de uma tarde de verão

Não sei de nada. Um vazio povoa a minha alma e os meus pensamentos. Só sei que nada sei e talvez nem queira saber mais nada. Só quero ouvir se corresponder ao sonho. Aos sonhos. Aqueles que construí, sobre mim e sobre a minha vida, e que me dão força para enfrentar um novo dia naquele que é um sentimento de que gosto muito pouco: a solidão. Muita gente deseja muita coisa. Eu sou gente, mas contentava-me com aquilo que mais desejo neste momento mas que guardo para mim. O tal sonho, a tal utopia, o tal desejo.
Se por momentos te posso alcançar e até tocar, por outros foges-me por entre os dedos e eu não sei o que fazer, nem o que pensar. Vens e vais como as ondas do mar que todos os dias rebentam na minha praia. Numa metáfora eu sou a areia e tu o mar que constantemente ameaça e anuncia a sua chegada, mas que nunca acaba por ficar, definitivamente.